segunda-feira, 23 de novembro de 2009

PENTATEUCO - Génesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronómio

O Pentateuco é, ao mesmo tempo, a abertura e o coração do Antigo Testamento. Abertura porque se trata dos primeiros livros da Bíblia. Abertura, também, porque é aí que se encontram as narrativas da criação do mundo, e a história das origens do povo de Israel. O conjunto destes textos representa, para os judeus, a lei que regula toda a sua existência, a direcção a seguir e a transmitir. É este o significado da palavra hebraica torá. É a memória viva de toda a Bíblia, tanto para os judeus como para os cristãos. Em grego, a palavra Pentateuco designa os estojos que continham os rolos dos cinco primeiros livros da Bíblia.
Autores?

Durante muito tempo, pensou-se que Moisés era o autor do Pentateuco, porque ele ocupa nestas narrativas um lugar muito importante. Hoje, sabe-se que a redacção destes textos demorou muito tempo. Todos estes textos foram reunidos e compostos depois da vitória do imperador persa Ciro sobre os babilónios, em 539 a. C. Os babilónios tinham esmagado o reino de Judá e destruído Jerusalém. Os judeus regressam então do exílio, protegidos pela paz de Ciro, e reencontram uma grande liberdade religiosa. Correntes diferentes de sacerdotes e escribas participam na redacção desta formidável busca das origens, a partir de documentos antigos, de fontes orais ou escritas. A sua ambição é transmitir de geração em geração os valores fundadores da história do povo de Deus, de Israel. Ao contrário das nossas modernas preocupações, não se trata de dar um testemunho histórico ou cinetífico sobre as origens do mundo. Trata-se de se narrar para viver. Para os judeus, como para os cristãos, não há lei nem fé válidas se não forem enraizadas na memória das narrativas vivas que atravessam as gerações.


Um Deus que liberta

O Pentateuco conta as origens do povo de Israel como uma história de libertaçção, cuja iniciativa se deve ao Deus único de Abraão, de Isaac, de Jacob e de Moisés. O povo hebreu volta a ser escravo no Egipto. Deus liberta-o. A saída do Egipto e a libertação da escravatura, sob a direcção de Moisés, são os acontecimentos fundadores que brilham em toda a Bíblia.

GÉNESIS - Génesis é o título dado ao primeiro livro da Bíblia pelos judeus de Alexandria que, a partir ddo século III a.C., traduziram em grego as Escrituras hebraicas. Com efeito, Génesis significa, em grego, "começo, início". Neste livro, o povo de Israel e as suas instituições ainda não existem. O livro é composto por três partes: a história da criação do mundo (capítulos 1 a 11), a história dos grandes patriarcas (capítulos 12 a 36) e a história de José (capítulos 37 a 50).

ÊXODO - O título deste livro vem do grego latinizado exodus, que significa "saída". Esta narrativa relata a saída do povo de Israel do Egipto, os primeiros passos do povo livre no deserto, depois a aliança do Senhor Deus com o seu povo. A sua escrita terá começado muito cedo, talvez no século X a. C., mas a redação final data do século VI a. C.

LEVÍTICO - A época narrada neste livro insere-se entra a saída do Egipto e o início dos quarenta anos de marcha do povo de Israel no deserto. O seu título faz referência não à instituição dos levitas (assistentes de sacerdotes), mas à tribo de Levi, de onde saiu Aarão, o irmão de Moisés. Este texto é constituído por um conjunto de leis.

NÚMEROS - O Levítico tinha deixado o povo de Israel reunido ao pé do Sinai. O livro dos Números abre com uma ordem de marcha: o povo deixa o Sinai e retoma o seu caminho através do deserto. O título refere-se às numerosas contagens que se encontram na obra por ocasição dos recenseamentos.

DEUTERONÓMIO - Esta palavra vem do grego e significa "segunda lei". A palavra aparece no capítulo 17 e designa a cópia da Lei que o futuro rei do povo deverá escrever na presença dos levitas, e que deverá guardar consigo. Moisés é a personagem central: é sempre ele que fala em todo o livro. O último capítulo narra a sua morte, na terra de Moab, à entrada da Terra prometida.

Sem comentários: