Galileu tinha razão
«A intenção do Espírito Santo é ensinar-nos como devemos ir para o céu, e não como vai o céu.» Galileu tinha compreendido que a Bíblia e a ciência não eram concorrentes. Mas, na época, a Igreja não o entendia assim. Galileu afirmava que a Terra girava em volta do Sol, o que parecia incompatível com a Bíblia. Mais tarde, a Igreja Católica reconheceu os seus erros. Galileu tinha razão!
O Génesis, uma narrativa mítica
O primeiro livro da Bíblia, o Génesis, conta a história da criação do mundo por Deus. Essas narrativas não são textos históricos ou jornalísticos. O seu género literário tem mais a ver com o mito ou a epopeia. Não têm qualquer pretensão científica. Além disso, a Bíblia propõe duas narrativas da Criação diferentes e, por vezes, contraditórias: elas foram escritas com vários séculos de intervalo e são apresentadas, nos nossos dias, como se uma se seguisse à outra!
Outras epopeias
Antes de Povo de Israel, outras culturas vizinhas tinham já exprimido em grandes textos a sua compreensão das origens do mundo. Podemos apontar, por exemplo, a grande epopeia suméria de Gilgamesh ou textos do Egipto antigo. Assim, a maior parte das civilizações do mundo têm as suas próprias narrativas das origens. Fúteis, ultrapassadas? Escrever e ler este tipo de narrativas é sempre uma forma de reflectir sobre o lugar do homem no universo, sobre as relações humanas (entre homens e mulheres, entre pais e filhos), ou sobre a origem do mal. Uma tal reflexão será sempre actualidade sejam quais forem as descobertas científicas.