quarta-feira, 31 de março de 2010

Sexta-Feira Santa

A liturgia deste dia não consiste na celebração da Eucaristia, mas sim na celebração da Paixão do Senhor.
Esta cerimónia é constituída por três momentos principais, que passamos a descrever.

Liturgia da Palavra
Apresenta-nos uma síntese da vida e da ação de Jesus:
- Na primeira leitura (Is 52, 13 – 53, 12) surge o servo que carrega os pecados da humanidade.
- Na segunda leitura (Hebr 4, 14-16; 5, 7-9) surge Jesus Cristo como o único Sacerdote e Mediador entre Deus e a humanidade.
- No Evangelho (Jo 18, 1 – 19, 42) é narrada a Paixão de Cristo segundo São João.
- A Oração Universal assume um esquema diferente do habitual; rezamos pelo Papa, por todos os ministros e pelos fiéis, pelos catecúmenos, pela unidade dos cristãos, pelos judeus, pelos que não crêem em Cristo, pelos que não crêem em Deus, pelos governantes e pelos atribulados.

Adoração da Santa Cruz
Relembra-nos como Jesus Cristo celebrou a sua Páscoa, passando de uma morte dolorosa e humilhante à ressurreição gloriosa.

Sagrada Comunhão
Neste dia não há ofertas a apresentar sobre o altar, mas distribui-se a comunhão com o pão eucarístico consagrado na véspera.

terça-feira, 30 de março de 2010

Quinta-Feira Santa


A liturgia deste dia inicia o Tríduo Pascal, o tempo mais sagrado do ano litúrgico e da vida do cristão, no qual revivemos e celebramos os mistérios principais da nossa fé.

A primeira leitura (Ex 12, 1-8.11-14) ressalta que a Páscoa, festa antiga de pastores, é celebrada em memória da libertação da escravidão do Egipto. O texto traz unidas essas duas festas, com novo significado, libertador e com a esperança da salvação definitiva.

A segunda leitura (1Cor 11, 23-26) evidencia que essa esperança foi realizada em Cristo através da morte e ressurreição: o pão e o vinho tornam presente a obra salvífica de Cristo; da participação na morte e ressurreição de Cristo em cada Eucaristia nasce a vivência fraterna, a comunhão e a partilha.

O Evangelho (Jo 13, 1-15) faz parte dos discursos da despedida, destacando a Páscoa nova e perene que Jesus celebra com sua morte e ressurreição; Desse gesto de amor por nós nasce a Eucaristia.

Da Liturgia de hoje brotam quatro realidades: a EUCARISTIA, como memorial da Paixão e Morte de Jesus Cristo; a COMUNIDADE ECLESIAL, onde a Eucaristia se torna realidade; o SACERDÓCIO, instituído por Jesus na Última Ceia e que a perpetua através dos tempos; o AMOR FRATERNO, indicado pela cerimónia do lava-pés.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Domingo de Ramos


A liturgia dos Ramos, com a entrada triunfal de Jesus, marca o início da Semana Santa.

A primeira leitura (Is 50, 4-7) conta a Missão do “servo sofredor”, apresenta a Paixão do Messias como um exemplo supremo de obediência à Palavra e à Vontade de Deus.

A segunda leitura (Filip 2, 6-11) é um hino que apresenta o despojamento de Jesus: humilhou-se até a morte de cruz e foi glorificado como Filho de Deus na Ressurreição.

O Evangelho (Lc 22, 1-49) convida-nos a contemplar a Paixão e Morte de Jesus segundo a narrativa de São Lucas.

A alegria da glória em Jerusalém termina camuflada pela contemplação da cruz. Olhá-la incentiva-nos a assumir a mesma atitude de amor e de entrega, denunciando tudo o que gera ódio, divisão e medo; aprendemos com Jesus a entregar a vida por amor.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Domingo V da Quaresma


A liturgia deste dia continua o tema da conversão: o próprio Jesus Cristo dá o exemplo, passando da palavra à acção.

Na primeira leitura (Is 43, 16-21) Isaías fala de um novo Êxodo, quando o Deus libertador porá fim ao cativeiro da Babilónia e conduzirá o seu povo de volta à Terra Prometida.

Na segunda leitura (Filip 3, 8-14) São Paulo afirma que a única coisa que lhe interessa é conhecer Jesus Cristo, tudo o resto é considerado como lixo, lixo esse que impede de nascer com Cristo para a vida nova; é em Cristo que vamos encontrar completamente realizado o momento culminante e a plenitude da história da salvação.

No Evangelho (Jo 8, 1-11) temos a comovente cena da mulher adúltera, em que Jesus nos oferece uma imagem de Deus que é mais misericórdia do que justiça.

Neste tempo de Quaresma, tomemos consciência que todos somos pecadores e não temos o direito de condenar, de nos tornar fiscais dos outros. Na Eucaristia deste dia as crianças do 2.º Ano de Catequese celebram a Festa do Pai-Nosso. Fixemo-nos no que repetimos nesta oração: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Domingo IV da Quaresma

A liturgia deste dia continua a nossa caminhada da Quaresma, num apelo forte e contínuo à conversão.

A primeira leitura (Jos 5, 9a.10-12) fala da Circuncisão; antes de celebrar a primeira Páscoa na Terra Prometida, Josué convida os nascidos no deserto, ainda não circuncidados, a passar pela circuncisão, como sinal da Aliança de Deus com Abraão e sinal de pertença ao Povo eleito, de forma que todos pudessem celebrar a Páscoa como início de uma vida nova.

Na segunda leitura (2Cor 5, 17-21) São Paulo exorta à reconciliação com Deus; mas a comunhão com Deus exige também a reconciliação com os irmãos: só assim podemos ser na prática uma criatura nova, um homem renovado.

No Evangelho (Lc 15, 1-3.11-32) aparece o amor misericordioso de Deus: um grupo de fariseus e escribas criticava Jesus pela atenção dada aos marginalizados, e Jesus responde com três parábolas – Ovelha Perdida, Moeda Perdida e Filho Pródigo – que revelam a grande bondade e misericórdia de Deus.

Atentando na parábola do Filho Pródigo, talvez nos identifiquemos um pouco com ambos os filhos: todos temos um pouco do pecado do mais novo e da intransigência do mais velho. Por isso, somos convidados à conversão constante, imitando o gesto do Pai, que respeita as decisões mesmo absurdas do filho, que questiona a atitude egoísta do filho mais velho, que está sempre preparado para abraçar o filho que retorna e que festeja com alegria a sua volta.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Domingo III da Quaresma


A liturgia deste dia é um forte apelo à conversão, que é um longo processo de renovação em que devemos desfazer-nos de uma porção de coisas para tornar possível em nós a libertação.

Na primeira leitura (Ex 3, 1-8a.13-15) é narrada a vocação de Moisés; inicialmente, Deus manifesta-se na sarça ardente e manda tirar as sandálias, pois está a pisar um chão sagrado; depois, confia-lhe a missão de libertar o seu povo, dando início a uma longa marcha dos hebreus através do deserto.

Na segunda leitura (1Cor 10, 1-6.1-12) São Paulo recorda os factos realizados por Deus no deserto em favor do seu povo e retira deles lições para a comunidade de Corinto.

No Evangelho (Lc 13, 1-9) Jesus faz um apelo à conversão, servindo-se de dois factos trágicos daqueles dias: a morte de Pilatos e a queda da torre de Siloé: Jesus não concorda que a desgraça é sinal do castigo de Deus, mas sim um apelo de conversão aos sobreviventes; a parábola da figueira estéril ilustra a resistência de Israel à conversão e a paciência de Deus.

Vivenciámos nesta semana o Aniversário das Almas, e somos chamados à conversão. Temos recebido no seio da nossa paróquia a semente necessária para germinar, mas nesta Quaresma devemos preocupar-nos em dar frutos: “descalcemos as sandálias” que nos impedem de pisar o solo sagrado e caminhar em direcção a Deus.