Quando Jesus viu a multidão, subiu à montanha. Sentou-se e os seus discípulos aproximaram-se. Então, tomou a palavra e começou a ensiná-los, dizendo:
«Felizes os pobres em espírito, porque é deles o Reino dos Céus!
Felizes os mansos, porque alcançarão a terra prometida!
Felizes os que choram, porque serão consolados!
Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
Felizes os misericordiosos, porque alcancarão misericórdia!
Felizes os que têm um coração puro, porque verão a Deus!
Felizes os promotores da paz, porque serão chamados filhos de Deus!
Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque é deles o Reino dos Céus!
Felizes sereis se vos insultarem, perseguirem, e praticarem toda a espécie de mal contra vós por mina causa. Exultai, alegrai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus!
Também assim foram perseguidos os profetas que vos precederam». (Mt 5, 1-12)
Bem-Aventuranças - a expressão "bem-aventuranças" vem do latim beatus que significa "feliz", "afortunado". A beatitude é uma forma bíblica habitual cujo equivalente em português poderia ser: «tens muita sorte, por...». Chamam-se "as bem-aventuranças" à série de beatitudes de Mt 5, 1-11 e de Lc 6, 20-23.
1 comentário:
«Felizes os pobres em espírito, porque é deles o Reino dos Céus!»
À luz dos conceitos actuais, esta afirmação é um absurdo.
Pobreza é carência, riqueza é abundância.
Pobreza de espírito revela falta de sentimentos altruístas e de sensibilidade.
O arrogante, surdo ao que lhe dizem e cego ao que lhe mostram, julga possuir a Verdade e o Saber. Mas, o infeliz, por mais que saiba, não passa de um ignorante. Não “batendo bem da tola”, passa a vida a importunar, a irritar e a provocar as outras pessoas.
O arrogante é um pobre de espírito.
Quem não detestará os pobres de espírito que, neste mundo, atazanam as outras almas e, no outro, têm garantido o reino dos céus?
Mas a Palavra de Jesus não é um absurdo!
«Felizes os pobres em espírito, porque é deles o Reino dos Céus!»
Para se compreender, teremos que recuar ao tempo em que foi proferida.
À época, que se entenderia por “pobre de espírito”?
“Pobre de espírito”, uma pessoa ingénua, simples, humilde, sem apego aos bens materiais, que reconhece ser espiritualmente pobre e confia em Deus para essa carência se poder preencher.
O contrário de “pobre de espírito” seria "orgulhoso de espírito", arrogantemente independente, que não necessita de alguém que lhe indique o caminho.
Só com a simplicidade e a humildade de espírito se entra no Reino dos Céus.
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