sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Bem-Aventuranças

Quando Jesus viu a multidão, subiu à montanha. Sentou-se e os seus discípulos aproximaram-se. Então, tomou a palavra e começou a ensiná-los, dizendo:

«Felizes os pobres em espírito, porque é deles o Reino dos Céus!

Felizes os mansos, porque alcançarão a terra prometida!

Felizes os que choram, porque serão consolados!

Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!

Felizes os misericordiosos, porque alcancarão misericórdia!

Felizes os que têm um coração puro, porque verão a Deus!

Felizes os promotores da paz, porque serão chamados filhos de Deus!

Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque é deles o Reino dos Céus!

Felizes sereis se vos insultarem, perseguirem, e praticarem toda a espécie de mal contra vós por mina causa. Exultai, alegrai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus!

Também assim foram perseguidos os profetas que vos precederam». (Mt 5, 1-12)


Bem-Aventuranças - a expressão "bem-aventuranças" vem do latim beatus que significa "feliz", "afortunado". A beatitude é uma forma bíblica habitual cujo equivalente em português poderia ser: «tens muita sorte, por...». Chamam-se "as bem-aventuranças" à série de beatitudes de Mt 5, 1-11 e de Lc 6, 20-23.

1 comentário:

Dotejo disse...

«Felizes os pobres em espírito, porque é deles o Reino dos Céus!»

À luz dos conceitos actuais, esta afirmação é um absurdo.

Pobreza é carência, riqueza é abundância.
Pobreza de espírito revela falta de sentimentos altruístas e de sensibilidade.

O arrogante, surdo ao que lhe dizem e cego ao que lhe mostram, julga possuir a Verdade e o Saber. Mas, o infeliz, por mais que saiba, não passa de um ignorante. Não “batendo bem da tola”, passa a vida a importunar, a irritar e a provocar as outras pessoas.

O arrogante é um pobre de espírito.
Quem não detestará os pobres de espírito que, neste mundo, atazanam as outras almas e, no outro, têm garantido o reino dos céus?

Mas a Palavra de Jesus não é um absurdo!

«Felizes os pobres em espírito, porque é deles o Reino dos Céus!»

Para se compreender, teremos que recuar ao tempo em que foi proferida.
À época, que se entenderia por “pobre de espírito”?

“Pobre de espírito”, uma pessoa ingénua, simples, humilde, sem apego aos bens materiais, que reconhece ser espiritualmente pobre e confia em Deus para essa carência se poder preencher.

O contrário de “pobre de espírito” seria "orgulhoso de espírito", arrogantemente independente, que não necessita de alguém que lhe indique o caminho.

Só com a simplicidade e a humildade de espírito se entra no Reino dos Céus.